Para direção da Adial Goiás, corte de incentivos fiscais é ‘veneno’ a longo prazo
Para direção da Adial Goiás, corte de incentivos fiscais é ‘veneno’ a longo prazo
O diretor executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (Adial
Goiás), Edwal Portilho, criticou, em nome da instituição, declarações feitas pela
secretária da Economia, Cristiane Schmidt, sobre o reflexo do corte de incentivos
fiscais no aumento da arrecadação do Estado entre janeiro e maio deste ano.
Em reportagem publicada pelo POPULAR ontem, a secretária disse que o aumento do
recolhimento das empresas para o Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás
(Protege) impulsionou o resultado de forma significativa.
Edwal afirma que a mudança deve ajudar a situação financeira do Estado em pequeno
prazo, “mas é um veneno a longo prazo”. “As empresas estão fazendo um sacrifício
enorme. Essa situação tira a competitividade do Estado e pode diminuir a quantidade
de postos de trabalho. Sabemos de casos pontuais em que o quadro de funcionários foi
cortado em 50%”, disse.
O diretor lembrou que o primeiro mês de vigência do reajuste foi em abril e repercutiu
num aumento de R$ 53,9 milhões na arrecadação de maio. Diante do número, Edwal
argumenta que o recolhimento não pode ter sido o impulsionador da receita do Estado
de janeiro a maio. “Pode ser atribuído ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços do varejo e também resultado de fiscalização e ajustes que o Estado faz”,
disse ao POPULAR.
Outro ponto destacado por Edwal foi o aumento nas despesas do Estado. Em nota, o
diretor afirmou que o governo “deve também dar o exemplo para solucionar o seu
déficit fiscal” e disse que a despesa do Estado com pessoal e encargos, de janeiro a
abril, aumentou 12,3%.
“À despeito de medidas anunciadas pelo Secretaria de Economia no início deste ano
para reduzir a despesas com a máquina pública, o que temos constatado, segundo
números oficiais, é um aumento das mesmas”, disse.
A reportagem publicada pelo POPULAR mostrou ainda que a receita do Estado de
Goiás cresceu 9,84% de janeiro a maio de 2019 em relação ao mesmo período de
2018.
Transição
As mudanças proporcionadas pelo Protege foram determinadas em lei sancionada pelo
ex-governador José Eliton (PSDB) no fim do ano passado e teve articulação de
Ronaldo Caiado (DEM), que já havia sido eleito governador de Goiás.
O POPULAR entrou em contato com a Secretaria da Economia e questionou a pasta
sobre as críticas feitas pela Adial, mas não houve resposta até o fechamento desta
edição.
Fonte: Jornal O Popular
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