top of page

Exportação de carne cresce 113% em Goiás



13.07.2033


A peste suína na China, que reduziu as exportações goianas do complexo soja em 56%, também fez com que as vendas de proteína animal mais que dobrassem em junho




Ao mesmo tempo em que derrubou as exportações do complexo soja a peste suina na China também contribuiu para um Incremento de 113,4% nas vendas externas de carne por Goiás. Maiores compradores de  produtos goianos, os chineses já tiveram que descartar quase 30% de seu rebanho suino por causa da doença, por isso estão comprando menos soja para ração ao mesmo tempo precisar elevar suas importações de proteína animal, abrindo uma janela de oportunidade para grandes produtores, como Goiás.


No geral, em junho as empresas goianas exportaram quase 33% menos que no mesmo período do ano passado. No semestre, a redução já chega a 16,2%. Boa parte desse desempenho negativo pode ser atribuido a queda de 58,4% nas vendas de soja, produto mais exportado pelo Estado. De acordo com Superintendência de Negocios Internacional da Secretaria Fatadual de Desenvolvimento e Inovação (Sedi)a redução chegou a 30% no primeiro semestre


O superintendente Edival Lourenço Junior lembra que a soja é uma commodity sensível a problemas como esse na China. Por ser o principal produto da pauta de exportações, tem um grande impacto no desempenho da balança comercial do Estado. "O crescimento de produção goiana foi diretamente ligado a demanda chinesa”destaca. Porém, ele ressalta que a peste aina tambem abriu uma janela de oportunidades para a proteína animal, cujas exportações mais que dobraram em relação a junho de 2010.


"Outro ponto positivo é que as carnes têm maior valor agregado que a soja. Sua cadeia produtiva gera muitos  empregos do campo à indústria, tendo um grande peso na economia goiana" destaca Edival.  Ele lembra que as exportaçães de milho também tiveram um incremento de 163,2% no período.


Para  o superintendente, doença que ataca o plantel chinês e a guerra comercial entre a China e as Estados Unidos estão reorganizando os fluxos comerciais globais.  "Cabe ao Brasil, como grande produtor que é, tirar ao máximo proveito disso" alerta.


Mas a migração para as exportações de carne é algo mais demorado, pois axige certificações e enfrenta algumas barreiras tarifárias. Para Edival, o tratado de livre comércio  entre o Mercosul e a União Europeia, assinado recentemente pelo governo brasileiro foi um gol de placa para reduzir a dependência das exportações para a China e deve abrir novos mercados.  Na semana passada aconteceu um encontro entre autoridades e empresários de Goiás com membros da Comunidade Europeia, principalmente da Espanha, que pode que pode se tornar um hub para entrada de produtos goianos de maior valor agregado na Europa.


O presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado (Sindicarne), Leandro Stival, confirma que houve um incremento das exportações para a China. Ele lembra que, em Goiás, somente a planta da JBS de Mozarlândia tem habilitação para exportar para o mercado chinês e vem em plena expansão de seu volume de abate. "China e Hong Kong, que são os maiores compradores, respondem por 45% das exportações", destaca.


Porém, Leandro informa que, este ano, o mercado interno também está muito deprimido, com o consumo bem abaixo da produção. Mas ele afirma que os recordes atuais de exportação não acompanham os resultados financeiros, pois a receita por tonelada está menor. "Outros países que eram grandes importadores de carne também enfrentam problemas econômicos, como a Rússia. O preço do dianteiro completo, que era de US$ 3.500 por tonelada, hoje está em cerca de 2.700."


Para o presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, os números comprovam a necessidade de se investir em políticas que incentivem a industrialização da soja em Goiás. "A atual política de exportação está na contramão do desenvolvimento. O resultado está ai: um 'espirro na China causa um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões aos produtores." Mabel defende incentivos à industrialização de commodities no Estado como forma de fomentar a geração de emprego e renda e de incrementar a arrecadação de impostos. "Não podemos continuar incentivando a exportação dos grãos e tributando a industrialização", diz.


Fonte: Jornal O Popular

Lucia Monteiro

Comments


bottom of page