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Goiás precisa qualificar mais de 309 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025


23/05/2022


Projeção da CNI aponta que mercado goiano precisa de 63 mil profissionais com formação inicial e outros 246 mil com atualização de conhecimento para atender demandas do setor no pós-pandemia.

O setor industrial está em busca de trabalhadores em diversas áreas para repor o quadro que foi perdido, especialmente durante a pandemia de Covid-19, el preencher novas vagas. Porém, há falta de profissionais.Goiás precisará qualificar 309 mil pessoas em três anos, sendo que 63 mil delas em formação inicial, segundo. projeção do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025.

Divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estudo foi realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar as demandas futuras por mão de obra e formação profissional de base industrial. Dentro dessa carência, 79% é por aperfeiçoamento, pois 246 mil já estão em ocupações na indústria.

A questão é que esses trabalhadores também precisam atualizar os conhecimentos com as novas tecnologias e mudanças na cadeia. Uma dificuldade que é encontrada no mercado brasileiro. Em todo o País, a necessidade identificada pelo estudo é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados até 2025.

Qualificação

De acordo com o estudo, em relação ao nível de qualificação, há maior procura de profissionais com cursos de até 200 horas. A demanda corresponde a 80,48% do total em Goiás. Enquanto 74% do emprego industrial no Brasil tem esse perfil. Por outro lado, há tendência de aumento na exigência por nível técnico e superior.

“A população de profissionais precisa de qualificação e requalificação, pois expressa o potencial e a força da indústria goiana para os próximos anos. Demonstra que temos perspectivas positivas em termos de desenvolvimento. econômico”, pontua o diretor de Educação e Tecnologia do Sesi e Senai, Claudemir José Bonatto, ao citar que o objetivo é ter maior competitividade com constante atualização.

O destaque vai para cursos de curta duração, segundo ele, porque o setor precisa de profissionais qualificados rapidamente. “É a solução mais eficiente para atender a demanda real”, defende. A necessidade de qualificar 309 mil pessoas também foi alcançada, como avalia, porque na pandemia muitos perderam postos de trabalho e agora é preciso que um novo pessoal retorne para as fábricas.

Prioridades

“Temos um hiato entre o número de trabalhadores preparados e o que precisamos, por isso corremos para sermos mais assertivos com cursos rápidos, para absorver também mais rápido”, diz o diretor do Senai. No entanto, para áreas prioritárias, a formação técnica e as graduações são mais desejadas.

Depois de formados, Claudemir explica que pesquisa do Senai com ex-alunos mostra alto indice de aproveitamento. “A cada dez, nove terminam a formação empregados no mercado, com trabalho formal”, destaca. A maior sofisticação, com a indústria 4.0, também intensifica a expectativa por novos profissionais preparados.

Atualmente lider de produção de Controle Numérico por Computador (CNC), Thiago Martins de Deus, de 23 anos, é um dos exemplos de trabalhadores que foram aproveitados após formação técnica. “Eu fui Jovem Aprendiz e fui efetivado, passei por cursos de Operador de Processos Industriais e consegui minha primeira carteira assinada. Antes trabalhava de garçom por diária”, relata sobre o resultado do curso profissionalizante de um ano e três meses.

Além de conseguir um emprego, ele acredita que a formação na área também não o limita. “É um conhecimento que abrange várias áreas, não é somente para onde trabalho hoje.” Gerente de produção da ICO Metais, Aucinei Rodrigues explica que quando profissionais com qualificação como Thiago chegam à empresa evita problemas comuns de adaptação e acelera o aproveitamento.

A indústria de torneiras, registros e válvulas tem 20 colaboradores em formação. Como emprega pessoas da região de Trindade, que muitas vezes são provenientes de outros setores, o gerente acredita que a qualificação técnica é deseja para que os profissionais possam “falar a lingua da empresa” e com o incentivo à qualificação diz que qualidade do produto ampliou.

Para o futuro, há expectativa de incremento nas novas contratações nos próximos anos, porque há expectativa de crescimento de 25% a 30% na produção. Porém, explica que a busca é por pessoas com conhecimento específico para atuar na indústria. “Quanto mais qualificado o profissional, menos problemas”, defende.

Área com maior demanda por profissionais são as transversais

Projeção do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025 revela que a indústria goiana demandará, nos próximos anos, trabalhadores especialmente de áreas transversais. Diretor de educação e tecnologia do Sesi e Senai, Claudemir José Bonatto explica que esses profissionais são capazes de atender uma série de setores e sustentam a inovação. Ele cita o exemplo de engenheiros mecânicos e de software.

Ao todo, essas áreas devem demandar a qualificação de 60.722 profissionais até 2025. Depois, na ordem das principais demandas, aparecem metalmecânica (48.837) e logistica e transporte (44.111). Para o diretor, há um momento no mercado no pós pandemia que sugere importância para atender as transformações e incentivar que as pessoas busquem qualificação onde há vagas de emprego.

Diante de tamanha demanda no Estado, o secretário de Estado da Retomada, César Moura, informou para O POPULAR, que também há preocupação do Estado com as vagas do setor industrial. “A gente tem as mesmas demandas citadas no estudo para requalificação, inovação e ocupação de vagas de emprego em outras atividades.”

Entre as ações, afirma que o projeto “Ano da Qualificação Profissional 2022”, auxilia na recuperação econômica. “A gente precisa qualificar as pessoas para ocupar as vagas que estão disponíveis no mercado”, reforça.

Demandas da indústria goiana


Confira as principais áreas que vão demandar qualificação para a indústria até 2025


Nível superior


Total:19.420


Principais cursos:


Analistas de tecnologia da informação


Gerentes de produção e operações Gerentes de comercialização, marketing e comunicação


Nível técnico


Total: 41.059


Principais cursos:


Controle da produção


Planejamento e controle de produção Eletricidade e eletrotécnica


Cursos de qualificação (menos de 200 horas)


Total: 180.904


Principais cursos:


Alimentadores de linhas de produção


Motoristas de veículos de cargas em geral


Magarefes e afins


Cursos de qualificação (mais de 200 horas)


Total: 68.475


Principais cursos: Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário Mecânicos de manutenção de máquinas industriais


Mecânicos de manutenção de veículos automotores

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