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Indústria: ativo de Goiás

25.06.2023



Zé Garrote


A industrialização é reversível. Essa frase está repleta de significados e nos faz refletir em vários caminhos. Se voltássemos algumas poucas décadas no calendário, Goiás não teria o que comemorar no dia 25 de maio, no Dia da Indústria. Mas, os ventos da revolução industrial sopraram em Goiás, com maior força desde os anos 1980, e podemos ostentar a conquista de um troféu muito valorizado na economia mundial, a industrialização, que transformou mais do que produtos, mas também países pobres em potências econômicas.


Em Goiás, hoje, 25 de maio, é dia de valorizar este setor que representa renovação, inovação e empregabilidade no Estado. A indústria goiana é jovem e moderna, respeitada pelo País afora, e responde por um quarto do PIB goiano. Em poucas décadas, deixou as últimas posições para ser o 7º maior parque fabril brasileiro.


Contra as expectativas, Goiás se tornou polo além dos setores de alimentação e minérios, o que era previsível e que se tornou realidade, mas avançou também em várias outras áreas, como medicamentos (líder nacional em volume de produção), veículos (com números expressivos), combustíveis, entre outros. Mas foi além da alta diversificação de setores, também se notabilizou por uma ampla abrangência geográfica. Hoje, são mais de 17 mil indústrias espalhadas por 220 dos 246 municípios goianos.


Neste mesmo período de avanço da industrialização goiana, ocorreu uma forte melhoria nos índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e de Gini do Estado. Segundo o IBGE, no início dos anos 1990, pelo índice de Gini, Goiás era o 18º Estado entre os estados com melhor distribuição de renda e menor desigualdade social do País. Atualmente, é o 4º, mas já ocupou a 2ª posição em meados da década passada, quando o fluxo de investimentos do setor reduziu em todo Brasil. Quanto ao IDH, em 1990, Goiás era o 9º, com 0,707, e avançou para 7º, com 0,735 – um salto relevante em comparação com a evolução do IDH das décadas anteriores.


Todos números positivos do setor foram conquistados porque temos, na indústria, empreendedores incansáveis, visionários e que souberam desenvolver seus negócios de forma digna e justa. Enfrentamos potências industriais tradicionais e, não raro, produtos Made in Goiás lideram vários rankings nacionais. Ao seu lado, uma força de trabalho que conta com mais de 400 mil trabalhadores formalizados (o setor com menor informalidade). Se considerar dados da Rais, que considera todos que atuam nas indústrias de Goiás, de acionistas, colaboradores, agregados, terceirizados a prestadores de serviços, o ecossistema industrial envolve mais 1,5 milhão de pessoas em Goiás.


Contudo, é bom destacar que a indústria é reversível. Mas se conquistamos espaço e bons números em poucas décadas, podemos, com uma reforma tributária desfavorável, por exemplo, reduzir e até desindustrializar. A missão da Adial é sempre lutar por políticas de desenvolvimento regional e por um equilíbrio de competitividade da nossa indústria com os demais Estados brasileiros. A indústria, hoje um ativo valioso do povo goiano, nos dá motivos para muito comemorar o dia 25 de maio. Viva a indústria.

*Zé Garrote é empresário e Presidente do Conselho da Adial (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás)

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