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Indústria e AgreGO: visão de futuro


29/07/2022


*Edwal Portilho Tchequinho



Competitividade e produtividade representam hoje o que de mais relevante se discute nas mesas de planejamento estratégico para expansão industrial. Este debate ocorre na cúpula diretiva das empresas, mas se engana quem pensa que o debate está restrito às quatro paredes. É muito mais amplo. São setoriais privados, com união de empresas que buscam ganhos competitivos, e também públicos, quando agentes de governos se movimentam para atrair a seus municípios, Estados e países, milhares de empregos, bilhões em investimentos e focos de desenvolvimento.

Quanto aos governos, não só atrair, mas também reter – e combater a desindustrialização, uma ameaça real e que avança de forma silenciosa. Goiás, no que se refere a formação de seu parque industrial, é diferenciado. Soube explorar como poucos sua expansão econômica por meio do setor produtivo. Mas, por décadas, a sua estratégia foi copiada Brasil afora.

Hoje, apenas repetir políticas de desenvolvimento do passado já não surte o mesmo efeito, pois são dezenas de programas de incentivos, a maioria com propostas muito agressivas, buscando o mesmo investidor. A realidade é que paramos de atrair os principais projetos de investimentos industriais do País há muito tempo e lutamos para manter o sétimo maior parque fabril do Brasil, posição francamente ameaçada por Estados que crescem em ritmo acima do nosso.

Dados da CNI mostram que na década 2008-2018, Goiás avançou menos de 0,1 ponto percentual na participação na indústria brasileira (de 2,83% para 2,91%) apesar do imenso esforço feito com programas de incentivos e várias políticas setoriais. O diagnóstico é que ou mudamos a modelo ou vamos encolher (desindustrializar) fortemente.

O programa AgreGO é o que vai diferenciar e já está em andamento em Goiás. Um modelo de inteligência de expansão industrial, que mostra ao mercado o quanto estamos à frente do tempo atual dos demais Estados. Idealizado pelo setor privado e executado pelo governo estadual, podemos afirmar que é único no País, inaugura uma nova época de Política Industrial no Brasil, com uma visão real e integrada, setorial, transparente, baseada e estruturada em dados e discutida de forma multidisciplinar, prevê investimento em Saúde e Educação, além de metas de curto, médio e longo prazos – com ênfase na ampliação da autossuficiência econômica e valorização das nossas vantagens competitivas, como ampliar a agregação de valor às matérias-primas no Estado. Enfim, são vantagens que são e precisam ser continuamente aperfeiçoadas e que vão muito além das políticas fiscais e tributárias.

O AgreGO fez um amplo estudo desde 2021, onde entrevistou e mapeou setores privados e gestores públicos, localizou gargalos estruturais e localizados, e agora aponta caminhos para aproveitar o potencial industrial goiano entre 2022-2032. Algumas ações já implantadas e baseadas no programa mostram que faz muito sentido sair do modelo linear para explorar características próprias de cada segmento. Simples: se a concorrência é direta e setorizada, assim deve ser o plano de expansão.

Defendemos amplo debate e transparência, pois a maior beneficiada do investimento é a sociedade. Em todo o mundo, as indústrias são ativos nacionais, representam inovação tecnológica, criação e atração de negócios de vários setores, empregos de qualidade e ampliação do poder de consumo da sua população – que é uma das bases do desenvolvimento econômico. Mais do que comemorar ter esse novo rumo, temos de trabalhar para que ele se consolide.


Edwal Portilho, o Tchequinho, presidente-executivo da Adial

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