
28/06/2022
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,1% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. A variação ficou acima da média nacional, de 1,7%, pela primeira vez desde o último trimestre de 2020. Segundo levantamento do Instituto Mauro Borges (IMB), o número positivo é motivado pelo crescimento nos setores da indústria e de serviços.
Durante todo o ano de 2021, o PIB goiano havia ficado abaixo da média brasileira, de acordo com os levantamentos trimestrais. O quatro trimestre de 2020 foi o último em que o crescimento no estado tinha tido índice acima do nacional.
Para o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, o resultado é fruto das políticas realizadas na retomada da economia por conta da pandemia da Covid-19. “Começou lá atrás com apoio às micro e pequenas empresas. Em um segundo momento, as dívidas foram todas renegociadas e depois você teve um movimento forte de oferta de empregos junto com capacitação”, disse.
Os dados foram apresentados no boletim econômico do primeiro trimestre de 2022, elaborado pelo IMB, com base em relatórios do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea), do Banco Central do Brasil (Bacen) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A apresentação também mostra crescimentos acima da média nacional nos serviços. Enquanto em Goiás o resultado foi 5,7% melhor que no primeiro trimestre de 2021, no Brasil a melhora foi de 3,7%. Dentro do setor, se destacaram os serviços prestados à família (23,7%) e o turismo (23,8%). O índice de crescimento dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi de 20,3%. Enquanto nacionalmente a indústria recuou 1,5%, em Goiás houve crescimento de 4,3%. O resultado positivo foi puxado pela construção civil, pela indústria extrativa e pelos serviços industriais de utilidade pública.
Todavia, a indústria da transformação apresentou queda em um ano. Dentro dessa atividade, apenas a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e a fabricação de produtos alimentícios apresentaram taxas positivas de 64,2% e 0,2%, respectivamente.
Guilherme Resende de Oliveira, diretor do IMB, explica: “Essa atividade estava parada. Muitas pessoas deixaram de comprar veículos no ano passado. Mas neste ano, isso é retomado”.
Outro setor prejudicado foi o da agropecuária, que chegou a apresentar recuo em Goiás de 0,8%. O IMB aponta o aumento dos custos intermediários na lavoura temporária e na pecuária como o culpado pela queda.
O secretário-geral de Governo explica que isso se deve ao contexto inflacionário do país, além da guerra na Ucrânia. Rocha Lima ainda justifica que esse recuo não significa baixa produção. “É uma queda quando se compara com o período anterior, mas tem que se levar em conta que, no ano passado, por ter sido um período de pandemia mais forte, gerou-se uma alta demanda de commodities”, diz. O estudo ainda demonstra resultados positivos no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação passando de 13,9% no 1o trimestre de 2021 para 8,9% no 1o trimestre de 2022. Com 38 mil novos empregos gerados, Goiás foi o sexto estado brasileiro que mais criou vagas, segundo o IMB, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT).
Para o diretor do IMB, o número é positivo porque, no Centro-Oeste, Goiás é o primeiro colocado. “O setor agropecuário, por exemplo, não gera tantos empregos e é onde nossa economia é pujante. Então não dá para comparar com estados como São Paulo, Rio de Janeiro, que têm indústria pujante”, analisa.
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