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Alumínio é ponto fora da curva na reciclagem de metais em Goiás

7.6.2023




Apesar de mais valiosos, os metais foram os materiais menos reciclados nos anos de 2020 e 2021 em Goiás, com 852 toneladas reaproveitadas, seguidos por 9.739 toneladas de papel2.881 toneladas de plástico e 1.928 toneladas de vidroOs números são do Atlas Brasileiro da Reciclagemmonitorado pela Associação Nacional dos Catadores (ANCAT).


Entre os metais recicláveis mais populares estão o alumínioo ferro, o chumbo, o aço e o cobreMas o alumínio é de longe o mais recicladoe as latinhas reinam pela presença mais abundante no mercado e pela maior facilidade de negociaçãoO Brasilinclusiveé um dos líderes no mundo em reaproveitamento desse insumo.


Em 2022, o País registrou um grande feitopela primeira vez reaproveitou a mesma quantidade de material que fabricouforam 390 mil toneladas recicladas e a indústria produziu 389 mil toneladas de lata

de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).


O aumento dos índices de reciclagem gera um impacto importante na geração de empregos e rendaA presidente da Cooper RamaDulce Helena do Vale, diz queem média1.500 kg de materiais recicláveis são coletados por dia pelos funcionários da cooperativaque ganham em torno de R$ 400 por semana pelo trabalhoÉ uma nova modalidade profissional que está despertando vários indivíduos", declara.


No caso do alumínio o  quilo é negociado em média a R$ 5,50 em Goiásinforma o gestor e consultor ambiental Fernando Yurida Ciclo Blue Gestão Sustentável.


Estatística


De acordo com o Atlas Brasileiro da Reciclagem, em 2020 e 2021, foram recicladas aproximadamente 852 toneladas de metais em Goiás, através de 29 cooperativas e mais de 1.200 cooperados distribuídos em 18 municípios. Somente em Goiânia, são contabilizadas cerca de 764 toneladas de metais reciclados na plataforma, o que equivale a quase 90% do total estadual. Os 10% restantes estão presentes em duas associações na cidade de Anápolis (com 79,5 toneladas) e uma em Rio Verde (8,2 toneladas).


Além disso, dados do Panorama dos Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que os materiais recicláveis secos representam 33,6% de todo o resíduo gerado no Brasil, correspondendo a quase 28 milhões de toneladas por ano, do total de 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados em 2022. Deste total, apenas 2,3% dos materiais gerados são originários dos metais.


Logística reversa


Para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Social (Semad), a chegada da política de logística reversa, que entrou em vigor mediante decreto publicado no Diário Oficial em abril deste ano, traz com ela o potencial de quadruplicar o volume de embalagens recicláveis reaproveitadas no estado. De acordo com a pasta, estima-se que hoje somente 5% de todo o papelão, vidro, metal e plástico que é colocado no mercado volte para a cadeia produtiva. De acordo com as novas regras, esse porcentual poderá chegar a 22%.


Neste caso, as indústrias poderão contratar uma entidade gestora independente, para auxílio na implementação de seu sistemaEla vai informar para as cooperativas de reciclagem o volume de plástico, metal, vidro e papelão que precisa ser recolhido para alcançar os 22% estabelecidos pela norma.


Os catadores vão receber créditos financeiros de acordo com a quantidade de recicláveis comercializados, além de serem remunerados ao vender o material para a indústria de reciclagemOs valores envolvidos no processo serão definidos pelo mercado, sem a interferência do poder público.


Incentivos


Em nível estadual, o Governo de Goiás promove, através da Secretaria da Retomada, o programa Incubacoop, que oferece diversas ações para auxiliar as cooperativas de reciclagem, como fornecimento de capacitações, serviço contábil durante 12 meses e R$ 4,5 milhões em crédito social para catadores equiparem suas associações. A estimativa da iniciativa em 2023 é que 60 destas cooperativas sejam alcançadas.


De acordo com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma)a Prefeitura de Goiânia tem feito várias ações para fortalecer e incentivar o hábito da reciclagem na capital. "O Plano de Coleta Seletiva de Goiânia e a atualização do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos são elaborados segundo os princípios da legalidade, e propõem diretrizes, metas e ações para destinação adequada dos resíduos", diz a assessoria da pasta.


A Agência reforça a realização de coleta seletiva porta a porta em 100% dos bairros da capital, com o material coletado sendo entregue às 13 cooperativas do Programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS) gratuitamente.


"A educação ambiental é a base para a não geração, redução, reutilização e reciclagem. Ações para a sensibilização da população, em praticar a educação ambiental e realizar a destinação correta dos resíduos gerados, inclusive os recicláveis, são oportunas e bem-vindas", afirma a Amma, sobre as mudanças que seriam necessárias para o fortalecimento da reciclagem em Goiânia. (João Pedro Santos é estagiário do GJC, em convênio com a UFG)


Fonte: Jornal Daqui

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