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A nova onda industrial


30/06/2022


Zé Garrote

Industrializar é mais que uma opção para Goiás, mas um caminho sem volta que tem origem em um longo processo de avanços e realizações que o fez um Estado emergente referência no País. A evolução é gradativa e constante. No ciclo mais recente, o Governo de Goiás fez um esforço maior em busca de um equilíbrio fiscal, reestruturando suas contas, e, com êxito, pode agora promover uma virada de página.

Ao encontrar o ponto de equilíbrio fiscal, agora precisa voltar sua atenção para o motor da economia, as ações em prol do desenvolvimento econômico.

O movimento realizado por outros Estados mostra o quanto o cenário cobra ágeis ações inteligentes para retomar o espaço hoje ocupado, principalmente, por Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais e os Estados da Região Sul. Os Estados que concorrem na captação de empresas evoluíram muito suas políticas de desenvolvimento.

A Bahia, por exemplo, 8º maior parque industrial do País, fez o dever de casa. Em recente divulgação do IBGE, encostou em Goiás, que tem o 7º parque industrial brasileiro. Hoje é uma ameaça real à posição goiana. Os baianos tiveram o dobro de novas indústrias que Goiás no período da pesquisa (2018 a 2020).

A indústria goiana precisa voltar forte para as mesas de investidores como opção real de investimento produtivo. Nos últimos anos, na grande indústria, tivemos mais expansões do que investimentos em novas plantas. Os Estados concorrentes aproveitaram este lapso de ajuste para fortalecer sua industrialização – e hoje, de fato, se mostram mais atrativos.

Neste período, a indústria goiana, para se manter competitiva em todos setores, comprimiu sua margem de lucro, fez ajustes que afetaram seus planos de expansão, tiveram lucros líquidos menores em razão da forte elevação do custo, a produtividade caiu e os investimentos foram afetados. No entanto, as demissões foram evitadas a todo custo.

Por outro lado, o governo estadual expandiu sua arrecadação tributária, mas sem forte ganho produtivo (foi mais monetário) – pois teve influência direta da inflação e muito pouco da expansão da economia que está represada.

O momento é ideal para destravar esse crescimento e apostar em uma forte política desenvolvimentista, reposicionando Goiás no cenário dos grandes investimentos industriais que estão por vir com a retomada da economia. E o resultado fiscal acumulado pode fazer a diferença nesta aceleração do crescimento goiano – o que fará diferença ante os Estados que ocuparam nosso espaço – temos de voltar forte.

Destaca-se que Goiás é o único Estado do País que tem, em evolução, um plano diretor industrial de longo prazo (para uma década), que é o AgreGo – encampado pelo governo estadual, que deu um passo além do diálogo. Hoje se constrói um centro de estudos abrangente onde o público e o privado podem, em uma sala de estratégicas, medir e desenvolver políticas públicas de desenvolvimento industrial, com embasamento em números, não em suposições e achismos.

Após praticamente uma década de paralisia, uma nova onda industrial se forma. Este novo ciclo, para algumas economias, será uma onda de crescimento e expansão. Para outros, um tsunami, que pode causar estragos irreversíveis na indústria e no comércio. Com agilidade e inteligência, Goiás precisa de um projeto robusto para se posicionar do lado dos vencedores.

Artigo publicado no jornal O Popular *Zé Garrote é empresário e presidente do Conselho da Adial

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