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Ciclo do diálogo no ano novo


10/01/2023


Zé Garrote

O calendário gregoriano é uma das invenções mais valiosas para a humanidade pois, de certa forma, tem um efeito transformador no comportamento coletivo e individual. Fecham-se ciclos a cada doze meses, zeram dias, semanas e meses e, de imediato, começa de novo (somando um ano ao novo ciclo).

Nesta transição anual, avaliam-se resultados, reprogramam-se metas, renovam-se expectativas, tanto para as empresas quanto para as pessoas.

As folhas do calendário de 2023 estão em branco. Nós, empresários, já temos um plano estratégico para evoluir os negócios, realizar expansões, contrações e novos produtos. O ano novo é pensado por meses até chegarmos à folhinha de 1º de janeiro. O grande desafio é superar a imprevisibilidade histórica do setor público, que, independente da segmentação política ou ideológica, gera insegurança aos negócios, com alterações de regras e leis neste período de transição.

Em países mais organizados e estruturados, o setor público induz a expansão do setor privado porque sabe que sua evolução trará mais rapidamente crescimento e equilíbrio social. Neste ambiente amigável, o setor público traz inteligência competitiva, inovação e fortalecimento de cadeias produtivas.

No Brasil, a história é outra. A cultura de dependência se replica nos poderes executivos federal, estadual e municipal, com repercussão nos outros poderes. Ao setor privado, trabalhadores e empresários, cabe sustentar as contas públicas, transferir renda, sem qualquer garantia de bem-estar social ou investimentos. Ao futuro, desejamos caminhar para uma transição de um Estado obeso e burocrático para um Estado parceiro do desenvolvimento – uma boa reforma administrativa já seria um caminho a se pensar em 2023.

O otimismo marcará sempre nossa visão empresarial na Adial e nas empresas. Temos de romper nosso tempo buscando elevar o profissionalismo dos negócios, ao mesmo tempo que priorizar as relações pessoais. A experiência nos ensina que nada melhor do que ampliar a valorização das pessoas, o meio ambiente e da diversidade social.

Em 2023, devemos falar muito de responsabilidade fiscal e reformas, como a tributária, mas precisamos manter ativo o bom diálogo – palavra de ordem da Adial. Assuntos e gargalos não faltam: carência de mão de obra, de energia, de investimentos, de crédito, de insumos, além de excesso de juros, tributos e inflação.

Mas, com muito trabalho, projetos e articulação podemos transformar nossa economia – fortalecendo o desenvolvimentismo. Aos empresários, que tanto respeito e admiro, reforço nossa dose de fé e otimismo no novo ano que se abre neste calendário em branco. Não podemos esperar nenhum dia para começar a escrever nele a nossa história.

José Garrote, empresário e presidente do Conselho de Administração da Adial

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